sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Visita a um hospital psiquiátrico.

Visita a um hospital psiquiátrico.
Existe um hospital psiquiátrico, que seus internos que possuem amigos imaginários, foram separados por alas, de acordo com seu amigo imaginário.
No pavilhão norte, foram colocados os que o amigo imaginario tem as mesmas características, o chamam de Maomão. Estes por sinal são bem violentos, os que estão em estagio muito avançado da doença, foram proibidos pelos médicos de entrar em aeronaves, não sei porque, mas o médico falou, baixemos a cabeça, ele escreve certo por linhas tortas. Alguém entende uma receita médica?. Na verdade Maomão é o que dita as regras de um outro amigo... assim dizem eles, sem medicação.
No pavilhão sul, o amigo de outras características, na verdade esses do pavilhão sul são estranhos, eles mesmo dizem que são assim, porque nasceram
em determinada região, e quem nasceu em outras, só se for descendentes, bom, ninguém discorda, porque eles tem uma certa mania de perseguição. Juntam mesas para construir barricadas em volta da ala, é que tempos atrás, realmente os internos das outras alas brigavam muito com eles, hoje estão tão ariscos que atacam antes, só para prevenir. São chamados de Judith.
Finalmente os do pavilhão leste, ai os do leste...estes são muito criativos, os chamam de crent-eelhoos, confundem todo mundo, uma hora você pensa que estão falando com o amigo imaginario, mas na verdade é com o pai do amigo, se voce pergunta se o amigo tem pai, respondem que são a mesma pessoa, se voce concordar, ficam bravos, porque são três. A enfermeira avisa para parar de perguntar porque a coisa só piora.
Para se ter uma idéia, dentro do pavilhão leste, os próprios internos separaram-se em dois grupos, brigaram, pelo que entendi, um grupo grita em um canto, que a mãe do amigo imaginário é virgem, o outro grupo grita de volta dizendo que ela não é virgem não ! Não bastasse, um interno grita para todos, dizendo que ela era virgem, mas depois não era mais... um deles olhou para mim e perguntou: Você acredita né ? Sem pensar bem, pega de surpresa, inocentemente, falei a verdade. Não, desculpe, eu não acredito... foi o pior erro que eu poderia ter cometido, em um segundo, vi todas aquelas cabecinhas que antes brigavam entre si, virando para mim, com olhos esbugalhados, começou a sair uma espuma branca de suas bocas, fiquei em pânico...salva pela enfermeira, que encerrou a visita. Me dirigindo a saída, ainda um pouco tremula, a enfermeira fala: Volte outro dia para ouvir as histórias que eles todos concordam, que eu iria adorar a estória de um barco imenso... só não esqueça de concordar...
Bruna